ERA UMA VEZ UMA BARRIGA! CLÁUDIA

Soube desde o primeiro minuto que conheci a Júlia que a queria fotografar. Talvez seja a sua energia inesgotável, ou talvez a desfaçatez desenrascada com que leva a vida para a frente com a força de um tufão ou até, quem sabe, a ingenuidade despercebida de entregar livremente beijos e abraços, que cativa.

Invejo-a saudavelmente em querer saber ser assim: dar uma sacudidela valente nos problemas como quem empurra o cabelo para trás do ombro ou sacode a areia dos sapatos, recarregar energias a cada passo do caminho e seguir sempre em frente sem que o destino seja determinante no propósito.

Uma energia que transborda em meiguice e doçura e que apetece, à mínima distracção dos pais, dobrar ao meio, meter no bolso e levar para casa.

Ao encontro da Júlia vem um irmão, na sorte de ser o mais novo, na esperança de apaziguar tanta energia ou de a redobrar, mas sempre com a certeza de que terá o melhor dos lugares no coração da mana. Os dois, mano e mana, de mãos dadas na vida e com a distinção privilegiada de terem conhecido esta mãe de um dos lados mais bonitos: o de dentro.

E uma vez mais nós assim, perdidos nesta história e nas horas, arrepiados por testemunhar esta magia tão estranha de conceber e dar vida.

O amor, sempre o amor.
Lugares especiais, pessoas incríveis.

28 de Abril de 2016