ERA UMA VEZ UM BEBÉ! ANTÓNIO

Inundamo-nos de saudades perante momentos assim, saudades de momentos iguais, de sermos assim pequenos e cabermos inteiros num colo, saudades de momentos de que nem sequer nos lembramos.

Em todas as casas há memórias, antigas ou recentes, baús recheados de fotografias ou apenas uma ou outra que permanecem à vista de todos, num ou outro canto da casa.
Mas nem todos guardamos memórias tão nítidas de quando éramos pequeninos talvez porque na altura as máquinas ainda não atingiam a nitidez de agora, talvez porque não havia um fotógrafo à disposição para registar o momento ou simplesmente porque nem se pensava nisso.
Havia sempre alguém com uma máquina por perto que, de uma forma ou de outra, melhor ou pior, registava alguns momentos que hoje, com mais ou menos qualidade, são memórias. Pedacinhos do que fomos e somos que perduram no tempo, para além do esquecimento.

Como recordaríamos o colo da mãe, do pai ou mesmo da avó, agora que já lá não cabemos, se não fossem por fotografias que prevalecem no tempo e no espaço, que resistem aos anos, a qualquer ruga ou cabelo branco?

Hoje voltaria a ser pequenina, a aninhar-me num colo onde coubesse, esquecia o mundo, mas jamais perderia a oportunidade de registar o momento e recordá-lo hoje como recordo esta imagem da sessão que fizemos com o pequeno António.

Sabemos que as cólicas não lhe deram descanso, mas sabemos ainda melhor que o amor e o carinho dos pais falou muito mais alto e, talvez daqui a muitos anos, o António possa vasculhar o baú de memórias e recordar este momento.
E como o invejo por não ter uma imagem assim, ao colo dos meus pais!

Mais momentos destes? Sim, por favor!

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22 de Abril de 2016